quinta-feira, 13 de junho de 2013

A Meninice no contexto da Educação Física no Ensino Escolar.


Meninice e Educação Física



    Como vimos nos autores referidos anteriormente no blog, e apesar de certas diferenças e algumas particularidades nas perspectivas de cada um deles em relação à fase da Meninice, num ponto todos concordam que é na importância da fase da Meninice no desenvolvimento da criança.

    Coloca-se então a questão, de que será necessário aos profissionais da área de desporto, nomeadamente professores e treinadores que contactem mais com crianças nesta fase, terem estes conhecimentos da área da psicologia?


    Na nossa opinião absolutamente que sim. Não basta ter apenas o saber de senso-comum, ou de ordem desportiva, até porque em certas situações, mesmo com boas intenções pudemos estar a prejudicar ativamente a criança sem nos apercebermos.


    Passa-mos a dar um exemplo. Muitas vezes uma criança ou jovem adolescente desiste facilmente de fazer uma atividade ou de tentar melhorar algum aspeto numa atividade desportiva proposta pelo professor, ou porque não têm muito jeito para essa atividade ou simplesmente porque a acham demasiado difícil.

    Naturalmente a primeira reação do professor será insistir com essa criança ou jovem adolescente e tentar motivá-la para que ela se consiga superar e também crie algum espírito de desafio e competitividade para si própria. 
    
    Ora por vezes esta pode não ser a melhor solução, porque por exemplo, caso a criança tente novamente e falhe, e muitas das vezes esta inabilidade é presenciada pelos colegas, isto pode levar a repercussões negativas, como diz Erik Erikson, “Por outro lado, esta é uma fase sensível e se o grau de exigência for demasiado grande, a criança pode sentir que não consegue corresponder e como consequência, regredir a estágios anteriores de desenvolvimento, estabelecendo-se um sentimento de inferioridade que poderá levar a bloqueios cognitivos.”

    Em certos casos, estas situações, aliadas à “humilhação” por parte dos colegas por não conseguirem fazer certas atividades que para os outros podem ser simples, pode levar a que a criança fique “traumatizada” e que crie um estigma em relação à prática de educação física.

    



    É então indispensável que os profissionais da nossa área, principalmente os que interajam com crianças ou jovens adolescentes , tenham em atenção estas situações, e possuam os conhecimentos necessários para as evitar (às más) e as promover (às boas).

    Contudo, não basta ter todos estes conhecimentos da área da psicologia e adaptá-los à área de educação física. Mesmo sabendo tudo o que há para saber em relação à fase da Meninice, é preciso não esquecer que cada caso é um caso, que cada criança é uma criança diferente, e que o que pode resultar com uma, pode não resultar ou ser o mais indicado com outra numa situação exactamente igual.

    Aqui entra a habilidade de cada pessoa em se adaptar e fazer adaptar as suas ações dependendo do individuo e do contexto.

    



    Por fim, ter especial atenção e cuidado, principalmente em relação a crianças nas idades fronteira com outros estádios de desenvolvimento, já que estas muitas das vezes, apesar de terem uma idade que as coloca num determinado estádio de desenvolvimento cognitivo, podem ou estar atrasadas ou adiantadas a esse mesmo estádio, o que leva a que os profissionais de educação física tenham de não generalizar as suas atividades, objetivos e exigências baseadas apenas numa idade alvo.

    Em jeito de conclusão, os profissionais da área de desporto, que leccionem, treinem ou contactem com crianças ou jovens adolescentes, para além de professores e/ou treinadores, têm de ser bons observadores, psicólogos que se adaptem às situações e mais que tudo amigos dos seus alunos. Tudo isto é muito importante, nesta fase crítica no desenvolvimento das crianças como pessoas, que é a Meninice. 





quarta-feira, 12 de junho de 2013

A importância da Educação Física na criança.

       A educação física é um fator importante do desenvolvimento das crianças de 6/7 anos. Normalmente, as crianças nesta idade atualmente são mais sedentárias, ou seja, passam muito mais tempo em casa do que a brincar em espaços livres com outras crianças e tendem a enfrentar problemas de saúde, nomeadamente a obesidade. A obesidade é nos dias de hoje um dos problemas que gere maior preocupação no mundo, havendo centenas de milhões de crianças com excesso de peso. 



   Assim, a educação física pode surgir como uma "solução" face a este problema, pois através da prática de exercício físico as crianças começam a possuir hábitos de vida saudáveis e talvez a ter gosto pela prática de exercício físico.

    Nos Estados Unidos, foi levado a cabo uma investigação que consistia em observar as crianças a praticarem durante mais tempo exercício físico desde o jardim de infância até ao 5º ano de escolaridade.  A investigação foi levada a cabo por John Cawley, professor da Cornell University, nos EUA, que trabalhou em conjunto com dois colegas de outras instituições de ensino universitário na análise de dados do Early Childhood Longitudinal Study.
    
    As conclusões que se puderam retirar foi que o aumento da duração das aulas de Educação Física não influenciaram negativamente o desempenho noutras disciplinas, que o risco de obesidade neste caso concreto desceu 4,8%, e principalmente os rapazes tiveram benefícios a nível corporal com as mudanças de tempo nas aulas de Educação Física.

Desenvolvimento da Criança #2

    Para um bom desenvolvimento integral da criança, depende das praticas pedagógicas onde as necessidades básicas podem ser modificadas e acrescidas de acordo com o contexto sócio cultural.   
  
    Podemos concluir que a vida orgânica, as necessidades afetivas e o desenvolvimento motor são essenciais para uma infância feliz. Podemos oferecer as nossas crianças condições diferenciadas de aprendizagem que devem ocorrer de maneira integrada no desenvolvimento infantil.

    Nesse sentido a psicomotricidade desempenha grande influência na formação pessoal e social da criança, na qual a educação para a cidadania se faz com qualidade na formação do ser humano que interage ativamente no meio em que vive.
  
    As relações que são estabelecidas nos ambientes em que as crianças estão inseridas é o lugar onde acontece a aprendizagem, porém acontece com maior intensidade se através de uma intervenção psicopedagógica for despertando os processos internos que a criança traz ao longo do seu desenvolvimento.

Desenvolvimento da Criança

   Considerando que a pratica da psicomotricidade e educação é essencialmente uma ação que envolve pessoas em todas as suas dimensões sejam elas cognitivas motoras e sociais, surge a necessidade de se constituir relações afetivas com a criança que potencialize a construção da identidade da criança.

    Tudo isso implica em atitudes que no processo educativo tenham significados relacionados ao corpo e a mente o que contribui para o desenvolvimento integral do
aluno.
  
    A psicomotricidade na escola pode ser analisado como sociológico, psicológico e educacional, já que reconhece o aluno como pessoas e respeita sua limitações e proporciona sentido naquilo que executa a partir de suas experiências e principalmente são realizadas com prazer e alegria.



Contribuição da Psicomotricidade para o Desenvolvimento psicológico da criança. #2

    O ser humano precisa compreender como ajudar o outro a se desenvolver, onde o ato de relação ao outro e a si próprio ajuda a desenvolver capacidades. Nesse sentido, Rossetti- Ferreira (2003) afirma que o desenvolvimento integral da criança só pode se materializar a partir do momento que a educação não se divide em parte cognitiva em detrimento afetivo, social ou motor.

    O desenvolvimento psíquico da criança se traduz a partir de interações entre a criança e o seu contexto físico e social onde educador e alunos assumem um a função especifica na construção do conhecimento.

  
As práticas em atitudes e comportamento demandam conhecimentos, e valores que são potencializadores no sentido de contribuir para o desenvolvimento da criança.

    A construção da aprendizagem se dá de modo significativo com a ludicidade e afetividade que a psicomotricidade proporciona de maneira prazerosa.

    A aprendizagem acontece não apenas com conhecimentos culturalmente oferecidos, mas acima de tudo com a construção da identidade e de atitudes básicas para a socialização dos alunos em relação ao outro, o afeto e a capacidade expressiva das emoções.

    O conhecimento psicológico assume assim um ponto de referencia para uma intervenção pedagógica e expande-se à área de psicomotricidade que valoriza e desenvolve capacidades.

    Para educar é necessário que o educador crie situações significativas de aprendizagem, para alcançar habilidades cognitivas, psicomotoras e socioafetivas. (GARCIA, 2001). O processo educativo é realizado na família, na rua, nos grupos sociais e na escola, por isso se torna fundamental a consciência de que o lúdico fornece informações significativas a respeito da criança como suas emoções, a forma como interage com o outro, seu desempenho físico e motor e seu estagio de desenvolvimento lingüístico e psicológico e sua formação moral.

    Partindo do pressuposto histórico-cultural, acredita-se que a criança é um ser social, e considera sua atividade fundamental no processo de desenvolvimento, pois possui tempo e espaço determinados.
  
    Desta forma, há a possibilidade de apropriação dos mais diversos conhecimentos, através de interações sociais, desde o momento em que nasce. Esta criança é sujeito atuante em seu meio, é participante no diálogo com a realidade.

    O sucesso de um processo de ensino-aprendizagem requer a integração de três aspectos: cognitivo, afetivo e motivacional. A afetividade e a motivação é a capacidade de sentir e reconhecer as próprias emoções comportar-se adequadamente, racionar e tomar decisões nos contextos vitais, através de suas experiências.

Movimentos e Habilidades Motoras - Criança

   
    O movimento é à base da ação do sujeito com o mundo e outras pessoas, sendo o mediador, de um comportamento que ocorre a partir da interação que recebe do meio em que vive.
    O movimento é indispensável para o equilíbrio físico, cognitivo, social e afetivo,os quais, por sua vez, são condicionantes do desenvolvimento motor.
    Os movimentos construídos pelosa sujeitos, em cada situação, construções essas que dependem tato dos recursos biológicos e psicológicos de todas as pessoas, quanto das condições do meio ambiente em que ela vive. (FREIRE, 2002, p.22).

    Ao nascer à criança é caracterizada por uma atividade motora do tipo reflexo, e após os primeiros meses começam os movimentos intencionais, o desenvolvimento motor é a base para adquirir habilidades em níveis posteriores.

    Freire (2002) diz que os esquemas motores correspondem no plano da inteligência corporal, as representações mentais ou pensamentos no plano da inteligência conceitual, surgindo então o comportamento inteligente. As aquisições básicas do desenvolvimento psicológico e locomotor são devido ao caráter lúdico que envolve as atividades físicas da criança, pois o brincar é a ocupação mais importante para a criança. As brincadeiras ocupam papel central no desenvolvimento das habilidades motoras finas e movimentos globais, na qual os brinquedos são vitais para o desenvolvimento infantil.
    
    Com os estímulos que a criança recebe do ambiente, o comportamento motor pode sofrer alterações e apresentar diferenças quanto às características apresentadas em cada idade.

Concepção do Corpo

       O corpo como matéria muitas vezes foi colocado em segundo plano nas visões dos psicólogos, na qual os aspectos espirituais eram vistos como mais importantes.
   Só depois de nos habituarmos a separar um corpo assimilado a um objeto, pois constitui um fragmento visível no espaço de um sujeito é que passou a ser visto como objeto de estudo. O corpo surge então não como o revestimento cutâneo, mas como o elo de contato com o mundo.

    A noção de esquema corporal traduz um processo com origem nos dados sensoriais que são enviados e fornecidos pelas estruturas motoras, resultantes do movimento realizado pelo sujeito. A noção de esquema corporal não está ligada unicamente a atividade motora, também se relaciona com os aspectos emocionais e com as necessidades biológicas.

   Entende-se o esquema corporal como o conhecimento da experiência do nosso corpo, como resultado de um conjunto de impressões sensoriais diversas. No sentido neurológico o sentir encontra-se ligado ao agir do corpo com relação com o mundo das sensações, percepções e emoções que favorecem o conhecimento do corpo e do mundo dos objetos.

    A sucessiva integração da imagem do corpo é estabelecida por dois aspectos essenciais: um relativo à função da ação e outro pelas reações perante o mundo exterior.

    Desde as primeiras reações de movimento do recém-nascido já são um jogo que perdurará ao seu desenvolvimento. Estas articulações das estimulações constitui a primeira manifestação de presença e de vida.

    A criança é um indivíduo que age pelas manifestações do outro, onde principalmente a mãe é fruto do conhecimento do mundo exterior e do seu próprio mundo interior.

    As reações colocam em destaque uma dependência materna, o corpo é a boca que estabelece contatos com o mundo exterior (seio). A aquisição fragmentada do real estabelece relação com o corpo da mãe, primeira totalidade integrada.

    No processo de construção e desenvolvimento da imagem corporal é provocado variações na estrutura da imagem corporal segundo tendências psicossexuais desse indivíduo. Estas mudanças contínuas são influenciadas pelos fatores sociais, e fisiológicos. Uma experiência do indivíduo provoca instantaneamente uma mudança em sua imagem corporal. Então, podemos dizer que as relações que se estabelecem nos espaços desenvolvem nos sujeitos uma transformação a respeito de sua imagem corporal pelo exercício físico e pela troca de experiências.